No interior da capela, colhe a nossa atenção o retábulo do altar, de barroco nacional; é notória a semelhança entre ele e o da capela da Casa de Cavaleiros, posterior mas de melhor qualidade. No da Senhora das Neves estão ainda em bom estado as pinturas das duas santas, S. Maria Madalena, à esquerda, e S. Marta, à direita, que são ambas figuras evangélicas.
A talha deve datar de cerca de 1700, já as pinturas podem ter uns 120 ou mais anos que o retábulo.
Conservam-se lá três quadros ex-votos.
Ilustração 6 O ex-voto da «baqua»
Num, João Machado Ferreira, da Quinta de Cavaleiros, a quem morrera uma «baqua», consegue que ela regresse à vida por intercessão da Senhora das Neves.
A segunda pintura está bastante deteriorada. O beneficiado do milagre foi um enfermo em perigo de vida por ter caído dum mastro dum navio abaixo.
A terceira contém duas informações relevantes: foi oferecida por uma senhora de Balasar, de nome Domingas Gomes, e está datada, vem de 1701. Além disso, diz a legenda que a miraculada não pediu só a intercessão de Nossa Senhora das Neves, mas bebeu também água da sua fonte. Isto coloca esta nascente entre as fontes santas, como era ali perto a de S. Pedro de Rates, no Casal.
No segundo e terceiro quadros, os enfermos vêem-se em camas envolvidas por vistosos dosséis. Poderá tratar-se mais de mobiliário urbano, do conhecimento do pintor, que aldeão.
No ex-voto da “baqua” deve-se reparar na indumentária dos seis populares que nele aparecem.
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